quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Ensaio III



Sinto que toda a gente me guarda distância,
Ou então que uma vaga do destino me levou para longe!

Chove nos Subúrbios da Existência,
Talvez sejam lágrimas e eu não sei,
Talvez por estar sozinho, chorei,
Mas não me apercebi da essência
Que lavou a minha alma!

Será a do perfume da vida?
Mesmo que seja vivida ao largo,
Longe do alcance farol, embargo
Sempre a possibilidade de ida,
Numa onda de calma!

Andarei à deriva e às escuras?!
Arredado da praia e dos amores?!

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Luta!




Encontrei-me a pensar em ti,
Perdido nos meus sentimentos.
Achei-me só por estares aqui,
Na minha alma e pensamentos.

Procuro livrar-me do medo,
Combatendo os teus tormentos.
Para que não tarde, mas cedo,
Fiques livre, por momentos

Eternos, dos fantasmas incolores,
Que te atormentam, ó Musa!
Parecem ser essas as dores,
Do teu coração, então usa

A minha pena como espada
E das minhas palavras faz escudo,
Por favor não fiques atada
Nem me peças que fique mudo!

Lutarei por ti contigo,
Para te resgatar da solidão
E não penses estar perdido,
Só estou a usar o coração!

Ensaio II



Sozinho, acordei numa das manhãs
Dos Subúrbios da minha Existência!
Despojado das imagens, vãs,
Que acompanhavam a memória imensa.

Perdidas, as imagens, não eram mais
Que memória de lugares sozinhos,
Diferentes e destacados dos demais,
Porém, agora apagados e vazios.

Sofre a memória pela sua perda,
Agora que enfrenta sozinha a efemeridade
Que durará a minha vida, herda,
Injustamente, o fardo da soturnidade.

Que carrego comigo, triste,
Por causa da falta na alma
Das imagens, porém, persiste
A memória, que me devolve a calma!