quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Caminho...
















Deixo um pouco do que sou em cada verso,
E o que escrevo é tudo quanto o tempo tem.
Em tempos em que tudo parece inverso
E não sabemos o que por aí vem.

Deixo a minha alma a salvo, num recanto
Que mora em parte incerta.
Longe do ataque de tudo quanto
Apaga o dia, do escuro que a luz aperta.

Deixo a minha essência à mercê do caminho
Para que um dia, já depois de mim,
Possa alguém olhar com carinho
Para algo que fui, ou que escrevi...enfim,

Não sei se o tempo me vai esquecer,
Só sei que a cada manhã sorrio
Por mais um dia, por mais um amanhecer.
Feliz por sobreviver ao desafio

De elevar a existência para lá da vida,
E permanecer tal como sou.
Ainda que no percurso de fugida
Nem sempre veja por onde vou.