domingo, 25 de novembro de 2007

Sombras



Palavras escapam-me dos dedos
Como lágrimas que dos olhos fogem,
Janelas que a alma não abre.
Poesias que revelam segredos,
Silêncios que são a barragem
Cujos sonhos a vida invade.

O Inverno que me preenche
Carrega a vâ existência de nuvens,
Brumas que escondem a solidão.
Imagens de um Sol sem feixe,
Momentos vividos em viagens
Que me levam à escuridão.

Sobram ainda as sombras,
Fado de poeta apaixonado,
Que revelam apenas lembrança.
Cinzas de um fogo, sobras
De um coração abandonado
À espera de uma finta da esperança.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Rascunho I

Escrevo porque comunico
Com o Mundo com silêncios
Palavras que registo,
Ideias que revelo
Ao papel apenas,
Para que ninguém ouça.

No entanto, parece impávido
Ao que lhe digo,
E responde no mesmo tom,
Mas de uma maneira
Que não entendo
Estranha, como ele mesmo.

Será o grito a solução
Deste problema de comunicação?
Não me parece, silêncio!!
Será sempre suficiente
Um olhar, um sorriso
Um rosto, um abrigo!!

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Ensaio sobre Mim!



Não me considero complicado,
Mas tudo o que é superior a mim
De algum modo a existência baralha.
Passo então infinitos, intrigado,
Sem sombra de ver o fim
Desta enorme batalha.

Dias e dias de interrogações,
Horas de pensamentos intercalados
Com momentos de lucidez,
Ou porventura, apenas razões,
Para manter calados
Os ventos dessa tal timidez.

Que ensombra o meu Presente,
Qual nuvem sobre o horizonte.
Que faz o olhar ficar sem fundo,
Deambulando como quem sente
Que nunca chegará ao cimo do monte,
Nem ao seu lugar no Mundo!

Sou o primeiro a rir de mim
E sempre soube o meu lugar
Vivo segundo a minha convicção
E espero continuar assim
Sabendo que provavelmente só vou dar
A um lugar...a solidão!