sábado, 12 de janeiro de 2008

Sono...




O sono da solidão
Dorme sempre comigo.
Sem querer dá-me a mão,
Faz-se de meu amigo,
E acompanha-me ao serão.
Leva a minha alma e coração


Para um lugar desconhecido,
Ao relento de qualquer musa,
Como se fosse o sentido
Do caminho que cruza
A minha vida, perdido,
Sigo em frente, fugindo

A esta condenação suprema
De um juíz que não recorre
À justiça, enferma,
Que minha vida percorre.
Sem qualquer rumo ou lema
Deixando-a assim...amena!

Sonho assim com esperança
De a vida se voltar
Numa direcção de mudança.
Tanto que se calhar
Ergue-se ao longe a confiança
E do passado fica apenas...lembrança!

domingo, 6 de janeiro de 2008

Ensaio IV



Quando a solidão acorda
E invade os Subúrbios de escuro,
Fico a meio da corda.
A pensar como será no futuro,
Como será depois do muro!

Acompanha-me o silêncio
Como força deste mundo.
Ouço apenas um imenso
Grito que parece mudo
E que resume, o tudo

Que é a vã existência
Nestes meus Subúrbios.
Em que nada há mais que ausência
E destes amargos silêncios,
Que insurtecedores, imensos,

Preenchem a rotina,
Como se fosse a normalidade
Sem que sequer a matutina
Escuridão desse lugar à claridade.
Tão só, a verdade!

Desejo então o infinito!
Cheio de uma coisa qualquer.
Além desta solidão fito,
Sem hesitar sequer,
A vida, a alma e o crer!