domingo, 9 de março de 2008

Farol...



Do aperto cá dentro
Escoam algumas lágrimas.
Daquelas de quem, por certo,
Apenas tem o facto de passar
Pela vida só.

Ao largo é, distante,
Farol na praia dos desafortunados,
Imagem robusta de solidão
Que convida ao prendimento
De sorrisos tristes.

Ilumina, esse Farol, a imensidão
Da vida ao redor.
Ainda que alcance ninguém,
É fogo fátuo, nada mais
Que bruma e nevoeiro.

É fronteira entre sono e sonho.
Aconselha ao desalinho,
À dispersão, por entre a solidão
E a vida, é eclipse solar constante,
Sou eu...



sábado, 8 de março de 2008

Rascunho II




Continuo deambulante, escondido
Pela sombra da escuridão.
Ainda, e talvez para sempre, perseguido
Pela escureza da solidão.

Não me larga o destino
De estar sozinho.
Sem mais nada, desatino,
A cada dia, neste caminho

Que me leva à encruzilhada
Onde me trocam as voltas,
Da caminhada desalinhada
De desventuras soltas.

Sinto um peso no peito,
Como se o Mundo
Me arrastasse para esse estreito
Lugar algures no fundo

Onde nem a luz da Lua,
Essa eterna companheira fiel,
Ilumina o medo que não recua,
E é como se fosse uma outra pele.