sexta-feira, 22 de junho de 2012

Rascunho VIII


Quando choro já não caem lágrimas,
Em vez disso soltam-se versos, lamúrios
De uma voz em silêncio, rimas
Que procuram expiar fados e sombrios augúrios.

Apago então tudo quanto me rodeia.
Deixo só ao fundo o barulho do mar
Em torno do perfume de Esteva, e na ideia
A imagem de uma bela noite de luar.

Deito-me sob a sombra de uma insónia,
Embalado por pensamentos sem fim
Sobre a causa de tal inquietação, ironia
De um destino que não controlo...Enfim,

Desassossego quando procuro a paz,
Sobressalto quando queria conquistar o pleno
Da serenidade, rebuliço que apenas trás
Alguém que não conheço...[Eu?]