quarta-feira, 25 de abril de 2012

Rascunho VII


Registo todos os dias cinzentos,
Porque a vida nem sempre é a cores.
Guardo, mesmo assim, todos esses momentos
Como guardo o perfume de todas as flores.

Por estes dias algo aperta o meu peito
E deixa-me quase sem poder respirar.
Invade de insónias a hora a que me deito
Deixando, qual tormenta, apenas a incerteza no ar.

Não sei quanto tempo mais irei resistir.
Ao que se instalou na Existência.
Sucumbirei em breve e restará apenas ir
Onde me levar essa essência...

Ao menos que seja a sorrisos especiais,
E a abraços daqueles que nunca se esquecem.
Beijos ternos, gestos meigos e tudo mais
Que guardaria como se tesouros fossem.

Por enquanto, apenas me acariciam o rosto,
Lágrimas e uma esperança algo vã.
Chove no meu olhar mas não mostro,
Prefiro sorrir e esperar por um novo amanhã.

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